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Jornalista Ricardo Ribeiro
Desde a influência do Oficial Inglês T. E. Lawrence, o
lendário Lawrence da Arábia, sobre o mundo Árabe na 1ª Guerra Mundial
prometendo-lhes soberania e libertação do Império Otomano em troca de
fidelidade aos interesses Ocidentais posteriormente frustradas, nunca se viu
conspirações tão acirradas entre o Ocidente versus Oriente. Liderado pelo trio
Anglo-Americano-Israelo x Russo-Sino-Persa, o conflito que ora extrapola os
limites da diplomacia adentrando aos preparativos de uma ingerência bélica
de larga escala iminente, avança após esgotar, aparentemente, as negociações intermediadas pela
ONU, e mesmo prosseguindo com seu aval, tais esforços são solenemente ignorados
pela OTAN, aos moldes da criminosa e histórica invasão ao Iraque.
Além de ignorar os esforços lídimos empreendidos pelo Brasil
e Turquia que fizeram o Presidente Iraniano sentar à mesa de negociações
nucleares, sendo este o propalado desejo dos EUA, o Tio Sam paradoxalmente ressentido e
enciumado por perder influência no Oriente Médio frente ao Carisma nato da
diplomacia Tupiniquim, resolve desqualificá-la e descredibilizá-la, por não
conseguir o mesmo sucesso com os Aiatolás. Seguindo sua Agenda
Intervencionista, o Governo Obama ignora a reunião em andamento dos líderes dos países do Movimento
Não-Alinhado que ocorre em Teerã durante seis dias (26-31 de agosto) da cúpula
da organização. Representantes de mais de uma centena de países chegaram ao
Irã, 36 deles são presidentes, vice-presidentes ou primeiros-ministros, segundo
o Jornal Pravda que intitula seu artigo: “Diplomacia Iraniana Triunfa.” Uma
notícia amarga para os Falcões de guerra de Israel, cujas pretensões bélicas contra
a Pérsia são rejeitadas em torno de 58% pelo estado judeu, incluindo ex-diretores
do Mossad, conforme Revista Época.
Israelenses em Campanha: "Iranianos, nós amamos vocês" |
Manifestação em Israel: "Bibi, não bombardeie o Irã!" |
Segundo o editorial russo, "O Movimento Não-Alinhado é
uma organização que surgiu na época da Guerra Fria, quando era necessário, sem
associação a quaisquer blocos militares, conduzir uma linha política
independente. É claro que, na altura, os países não conseguiam realizar isso
por completo. No entanto, esse movimento foi realmente influente. Mas agora já
não há unidade nas suas fileiras." O Irã inicia sua presidência de três
anos a frente desta Organização Internacional e já vê milagres surgindo, como a
disposição do Egito em negociar uma saída junto ao país persa, para a crise na
Síria, após 30 anos sem relações diplomáticas com Teerã, ainda que outros
países do Golfo Pérsico sob satélite Americano não endossem tal posicionamento.
O Irã teria produzido seu próprio plano para resolver a
situação, afirma o periódico russo, e que o mesmo é muito semelhante ao plano do
ex-enviado especial da ONU e Liga Árabe, Kofi Annan. A diferença é que os iranianos
propõem negociar não com todas as partes em conflito, mas apenas com o atual
governo e a oposição interna. Não tem direito a voto a Oposição Externa pois, o
argumento deles é que a mesma está longe das reais expectativas do povo sírio.
A discussão dos participantes da cúpula sobre todas estas
propostas, ocorrerá na presença do secretário-geral da ONU. “Sua visita foi
mais uma surpresa do evento. Ban Ki-moon decidiu participar na cúpula do
Movimento, apesar das objeções dos Estados Unidos, Canadá e Israel. Ele
escolheu pessoalmente discutir com os líderes dos países participantes a
questão do programa nuclear do Irã, as questões de direitos humanos e outros
itens da agenda atual.” Encerra o editorial russo.